Muitos de nós não compreendemos o propósito do deserto, olhamos com os olhos errados e julgamos como castigo, quando na verdade, é o momento em que todas as outras vozes são silenciadas para que a voz de Deus seja a única.
É verdade que, por muitas vezes, a ganância de nossos corações nos afasta da verdadeira identidade que recebemos em Cristo e a soberba procura espaço em nosso interior. Cabe a nós sermos fortificados em Jesus, fundamentados em sua Palavra, para que o mal sorrateiro não crie raiz em nossos corações, mas que haja reconhecimento do pecado como natureza caída e arrependimento, buscando em Deus a transformação do coração humano.
“Sem mim vocês não podem fazer nada” João 15.5
Nesse mesmo versículo, Jesus fala: “Eu sou a videira, vocês são os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim vocês não podem fazer nada.”
No deserto, é preciso manter viva a convicção do que somos em Deus e que tudo que fazemos é pela graça. Apesar de ser um local estéril, Deus tem algo especial no deserto. Lá Ele é capaz de transformar aridez em manancial, e nesse período Ele nos aperfeiçoa e nos habilita para o glorioso momento da chuva do Senhor.
A TERRA SECA
Ao longo de nossa caminhada, passamos por dificuldades e desertos, aprendemos com Jesus, que mesmo tendo vencido o deserto, algum tempo depois, estava no Getsêmani, que apesar de ter o nome “jardim”, era um local terrivelmente seco, e foi ali que Cristo enfrentou suas limitações físicas. Ele orou:
“Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres.”
Mateus 26.39
Creio que no primeiro deserto o Senhor Jesus foi enchido pelo Espírito Santo a fim de vencer Satanás, já no Getsêmani Jesus venceu a própria natureza humana.
Quando Deus nos leva a andar pela terra seca, não se trata de uma maldição divina, mas sim de uma preparação para algo melhor.
“Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.” Tiago 1.2-4
Passar pelo deserto com alegria, essa é a instrução da Palavra de Deus, sabendo que depois desse período difícil estaremos melhores do que anteriormente, porque: “a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança.”
O DESERTO NÃO É MALDIÇÃO
Por mais que tiremos aprendizado das lições valiosas durante esses períodos, ninguém pede a Deus pelo deserto. Nossa oração deve ser:
“Senhor, que eu aprenda sem precisar passar pela dor. Que eu tenha ouvidos apurados e sensibilidade para ouvir a Sua voz. Mas, se for necessário enfrentar pressões, que eu enfrente o caminho juntamente com o meu Deus.”
Esse caminho árduo não é uma maldição; devemos ter em mente que nossos desertos são estágios que irão nos transformar em pessoas mais parecidas com Cristo.
A única forma de ser aprovado no deserto é comer do pão celestial e beber da água da vida! Nossa satisfação em meio a momentos difíceis deve estar na lei do Senhor.
“Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.” Salmos 1.1-2
Glorifique a Deus pelos desertos, apesar de todo sofrimento. Ore por sabedoria, perseverança e força.
Lembre-se que a alegria do Senhor é a nossa força.
Grande abraço,
Fernandinho.
No deserto, é preciso manter viva a convicção do que somos em Deus e que tudo que fazemos é pela graça.