Com mais de 4 bilhões de exemplares distribuídos no mundo, o Evangelho de João é considerado, por muitos estudiosos, o livro mais importante já escrito. Não apenas pelo seu impacto histórico, mas pela clareza com que apresenta Jesus Cristo como o Filho de Deus, pleno em divindade e humanidade.
João escreve seu Evangelho quando os demais apóstolos já haviam sido martirizados e quando heresias como o gnosticismo começavam a confundir a fé cristã. O gnosticismo, influenciado pela filosofia grega, negava a encarnação e a divindade de Cristo. Em resposta, João apresenta uma tese clara e irrefutável: Jesus Cristo é Deus.
O Verbo é Eterno, Pessoal e Divino
Logo no início do texto sagrado, João nos tira o fôlego: “No princípio era o Verbo”. Ele não diz “foi”, mas “era”, mostrando que o Verbo não apenas existia antes de todas as coisas — ele sempre existiu. Se é eterno, é Deus, pois apenas Deus é eterno.
O Verbo não apenas existia, mas “estava com Deus”. Em outras palavras, Ele estava face a face com Deus, revelando uma relação pessoal, e não uma força impessoal como pensavam os gregos. Mais que isso: “o Verbo era Deus”. Não um ser inferior, não um profeta elevado, mas Deus em essência, substância e glória.
Todas as Coisas Foram Feitas por Meio Dele
João afirma que “sem Ele, nada do que foi feito se fez”. Isso coloca abaixo diversas teorias modernas e antigas: o universo não surgiu do acaso, nem de uma explosão desordenada. O caos não gera cosmos. A matéria não é eterna. O mundo não se criou sozinho.
O Verbo é o Criador. Do espaço às estrelas, dos mares à Lua — tudo foi formado por meio dEle. A vida, tanto física quanto espiritual, está nEle. O universo funciona com ordem e precisão porque foi formado pela Palavra poderosa do nosso glorioso Redentor.
João continua: “A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas e as trevas não prevaleceram contra ela.” Jesus é a luz do mundo, e as trevas nunca foram páreo para Ele.
Na história e no presente, Jesus nunca foi ameaçado. Não há palco, mídia ou sistema que consiga apagar Sua glória. Onde Ele chega, a escuridão se dissipa: chega salvação, cura, libertação. Ele é invencível, inabalável, vitorioso.
Três Decisões em Relação a Jesus
- Como João Batista: rendição total à glória de Cristo
João Batista é o exemplo do mensageiro que não rouba a glória. Ele sabia que não era a luz, mas apontava para ela. Sabia que não era o noivo, apenas o amigo. Seu lema era claro: “convém que Ele cresça e que eu diminua”.
- Como os judeus: rejeição diante da revelação
Jesus veio para os Seus, mas os Seus não O receberam. Rejeitaram Aquele que todos os sinais e profecias apontavam. Por falta de fé, muitos ainda O rejeitam hoje, mesmo diante de tanta evidência.
- Como os que creem: aceitação que transforma
“Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus.”Ser filho de Deus não é hereditário, nem automático. É resultado de um milagre espiritual: nascer de novo, do alto, do Espírito.
O Mistério da Encarnação
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós.” A eternidade vestiu pele. O Deus que criou todas as coisas esvaziou-se de Sua glória, tornou-se homem, pisou nosso chão, carregou nossas dores, morreu em nosso lugar, ressuscitou e hoje está entronizado como Senhor dos senhores.
Ele não veio cheio de juízo, mas de graça. Porque mesmo o melhor de nós é como trapo de imundície diante dEle. E ainda assim, Ele nos amou, nos limpou e nos fez filhos.
João prova sua tese com sete sinais e sete declarações. Sete milagres — como transformar água em vinho e ressuscitar Lázaro — para mostrar que Ele faz as obras de Deus. Sete declarações “Eu sou” — o pão da vida, a luz do mundo, a porta, o bom pastor, a ressurreição, o caminho, a videira — para mostrar que Ele tem os atributos de Deus.
Mas um desses “Eu sou” Ele compartilha com a Igreja: “Eu sou a luz do mundo” e “vós sois a luz do mundo”. Assim como a lua reflete a luz do sol, refletimos a glória de Cristo. Não temos luz própria. Mas enquanto estivermos diante do Sol da Justiça, brilharemos.
Deixe essa Luz Brilhar
O nosso papel como Igreja não é ser o centro, mas refletir a luz. Nos becos, nas universidades, nas praças, nos lares — precisamos levar Jesus. Toda a glória, toda a honra, todo o louvor pertencem a Ele: nosso Glorioso Redentor.
Que o seu coração arda por essa luz. Que sua vida a reflita. Que o Brasil, as nações e as próximas gerações contemplem a glória dEle visível em nós.
Onde Ele chega, a escuridão se dissipa: chega salvação, cura, libertação. Ele é invencível, inabalável, vitorioso.