Vivemos em uma era onde a tecnologia e o entretenimento se infiltram em quase todas as esferas da vida, inclusive na igreja. Embora esses recursos possam ser poderosos aliados para comunicar a mensagem do evangelho, é crucial refletir: até que ponto estamos dependendo deles, e quando eles começam a desviar nossa atenção do que realmente importa — a presença de Deus?
O culto a Deus não deve ser um show ou uma performance, mas um encontro genuíno entre o divino e o humano.
“Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos”
Zacarias 4:6
Esse encontro, onde vidas são transformadas, ocorre não por causa da grandiosidade externa, mas pela ação do Espírito Santo. A tecnologia pode auxiliar, mas não pode substituir o mover de Deus.
Em muitas igrejas, há uma tendência crescente de transformar o culto em uma experiência altamente tecnológica e performática. Mas será que estamos confundindo presença com performance? Jesus nos lembra em João 4:24: “Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” A verdadeira adoração não depende de luzes ou efeitos visuais, mas de corações quebrantados e sinceros diante de Deus.
A SIMPLICIDADE DE CRISTO E A AUTENTICIDADE NO CULTO
Precisamos questionar se o excesso de tecnologia está trazendo a essência da adoração ou distraindo a igreja da simplicidade de Cristo. A simplicidade de Cristo não é sinônimo de falta de excelência, mas de pureza de coração, onde a verdadeira beleza do culto está na nossa rendição e dependência de Deus.
A igreja não é um palco, nem um lugar para entretenimento passageiro. A igreja é o corpo vivo de Cristo, onde cada membro deve se conectar de maneira profunda e autêntica com Deus.
“Onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade” 2 Coríntios 3:17.
A liberdade do Espírito é o que nos impulsiona a adorar de maneira espontânea, sem nos prender a roteiros rígidos ou expectativas externas.
Além disso, devemos reconhecer e valorizar as diferentes expressões culturais de adoração. Copiar modelos estrangeiros ou nos inspirar em grandes produções sem discernimento pode nos afastar da originalidade que Deus deu a cada igreja.
“Porque somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras” Efésios 2:10.
O culto deve sempre nos levar de volta à cruz e à glória de Deus. Nossa missão é exaltar o nome de Deus, não nossa habilidade técnica ou estética. O que transforma corações não é a perfeição visual ou musical, mas a unção que vem de Deus.
Que possamos sempre lembrar que, na adoração, o que mais importa é o Espírito Santo fluindo em nós e através de nós, e que toda a glória seja dada a Ele, acima de qualquer estrutura ou artifício humano.
"Todo entretenimento cristão precisa virar culto, mas o culto não deve virar entretenimento."