O Evangelho de Jesus Cristo não é uma mensagem para ser suavizada ou adaptada ao gosto do público. Ele é o poder de Deus que nos confronta, que expõe o nosso pecado e nos chama a uma transformação radical. Não podemos tratar o Evangelho como se fosse uma solução rápida para problemas ou um manual de autoajuda. Jesus nos convida a algo muito mais profundo e desafiador:
“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.”
Mateus 16:24
O que significa negar a si mesmo? Significa abrir mão das suas vontades, dos seus planos, do seu próprio controle. Isso é extremamente difícil, porque somos constantemente tentados a seguir nossos desejos, a buscar nossos interesses. Mas Jesus nos chama a abrir mão de tudo isso e a segui-Lo, mesmo que isso signifique ir na contramão do que o mundo nos oferece. Seguir a Cristo não é adicionar um pouco de religião à nossa vida; é morrer para nós mesmos e viver completamente para Ele.
A CRUZ QUE NOS CONFRONTA
Muitas vezes, queremos transformar o Evangelho em algo que nos traga conforto e segurança. Achamos que seguir a Cristo significa ter uma vida tranquila, sem problemas, com bênçãos materiais. Mas Jesus nunca prometeu isso. Ele nos disse que no mundo teríamos aflições (João 16:33). O verdadeiro Evangelho nos desafia a sair da nossa zona de conforto e a enfrentar a realidade do nosso pecado, a confrontar aquilo que está em nós e que nos afasta de Deus.
A cruz de Cristo não é um acessório, um símbolo de fé que carregamos no pescoço. Ela é um convite à morte — a morte do nosso ego, das nossas vontades, da nossa própria justiça. Quando entendemos o peso desse chamado, percebemos que o Evangelho não é sobre nós. Não se trata de alcançar nossos sonhos ou conquistar nossos objetivos. Trata-se de nos rendermos completamente à vontade de Deus e permitir que Ele nos transforme, nos moldando segundo o Seu caráter.
O verdadeiro Evangelho nos desafia a abandonar toda forma de pecado e a viver em santidade. Ele nos chama a rasgar nossos corações diante de Deus e a clamar por libertação, por transformação. Porque não há espaço para uma vida dupla, para um compromisso parcial. Deus não divide Sua glória com ninguém. Ele nos quer por inteiro, com tudo o que somos, tudo o que temos, tudo o que sonhamos. Como podemos dizer que amamos a Deus, mas continuamos apegados aos mesmos pecados, aos mesmos vícios, às mesmas práticas?
O apóstolo Paulo nos lembra que fomos comprados por um alto preço, que o sangue de Cristo nos resgatou da morte eterna (1 Coríntios 6:20). Isso significa que já não pertencemos a nós mesmos. Devemos viver como quem foi redimido, como quem foi transformado. Se ainda há áreas da nossa vida que resistem ao senhorio de Cristo, precisamos nos render a Ele hoje, agora, e permitir que o Seu Espírito nos conduza a uma vida de verdadeira liberdade e obediência.
Que possamos, com ousadia, abraçar esse Evangelho que nos desafia, que nos confronta e que nos transforma. Que possamos, de todo o coração, dizer: “Senhor, não sou mais meu. Eu Te pertenço. Faz em mim a Tua vontade, para a Tua glória”. Porque somente assim experimentaremos o poder transformador e a verdadeira vida que Jesus nos oferece.
"O Evangelho não é sobre nós; é sobre nos rendermos completamente à vontade de Deus."