A transformação que o Evangelho propõe não diz respeito apenas ao que vivemos dentro da igreja — ela começa em casa. Jesus falou sobre vinho novo e odres novos (Lucas 5:37-38), e essa palavra ecoa com força nos lares que tentam conter o mover de Deus sem renunciar aos velhos hábitos que os afastam dEle.
Muitas vezes, oramos pedindo que o Senhor transforme nossa família, mas seguimos com padrões antigos de comportamento, comunicação e prioridade. Queremos um casamento restaurado, mas não abrimos mão do orgulho. Desejamos filhos mais obedientes, mas não cultivamos um ambiente de graça, presença e correção com amor. Esperamos unidade, mas não revemos nossas palavras, o tom de voz, o tempo dedicado — nem as nossas próprias falhas.
É impossível viver o novo de Deus em família se mantivermos os mesmos odres: a mesma rigidez, a mesma teimosia, as mesmas justificativas. É preciso entregar o coração. É preciso recomeçar do lugar da rendição, onde a nossa vontade dá lugar à obediência. Porque, na prática, não se trata de quem está certo ou errado numa discussão — trata-se de quem está disposto a morrer para o eu e deixar Cristo governar o lar.
“Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo.”
Efésios 5:21
Essa sujeição mútua só é possível quando há arrependimento real — quando pais e filhos, marido e esposa, decidem ouvir mais do que falar, ceder mais do que vencer, perdoar mais do que acusar. O arrependimento gera um novo ambiente espiritual dentro de casa. O que antes era tensão, se torna paz. O que era silêncio carregado, se transforma em diálogo restaurador. O lar deixa de ser um campo de batalha e volta a ser um lugar de refúgio.
Deus deseja derramar vinho novo sobre as famílias. Mas para isso, os odres precisam ser novos. Um coração quebrantado é o primeiro passo para ver transformação real dentro de casa. Que possamos ser os primeiros a mudar para que a nossa casa seja o primeiro lugar onde o Reino de Deus se manifesta com poder e graça.
É impossível viver o novo de Deus em família se mantivermos os mesmos odres: a mesma rigidez, a mesma teimosia, as mesmas justificativas. É preciso entregar o coração. É preciso recomeçar do lugar da rendição, onde a nossa vontade dá lugar à obediência.