Há momentos em que a fé deixa de ser apenas algo pessoal e se torna um movimento coletivo. Um povo inteiro percebendo o toque de Deus e respondendo a ele. Não fomos chamados para ser uma multidão dispersa, mas um corpo que volta a lembrar quem é, de quem pertence e para quê existe.
Fala-se muito sobre poder espiritual, mas raramente no sentido que a Bíblia apresenta: não como manifestação performática, mas como vida restaurada. Cura que começa dentro. Alianças antigas estão sendo quebradas. Culpa sendo lavada. Dons sendo despertados novamente. Tudo isso não para exaltar pessoas, mas para devolver a glória ao único nome que sustenta tudo: Jesus.
E é aí que surge um ponto decisivo: unidade. Antes de qualquer grande transformação, Jesus orou por isso.
“para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim e que tens amado a eles como me tens amado a mim.”
João 17.21-23
Unidade não é uniformidade, nem ausência de tensões. É compromisso, não deixar ninguém para trás, mas lembrar que, quando um cai, outro levanta. É erguer as mãos uns dos outros e declarar que pertencemos ao mesmo Senhor.
Esse tipo de unidade muda ambientes. Muda igrejas. Muda nações.
Quando um povo se volta para Deus com o coração quebrantado, coisas começam a se realinhar: altares são limpos, intenções são refinadas, e a oração deixa de ser apenas petição para se tornar encontro. Nesse ambiente, surgem palavras de cura, restauração, santidade, pureza, não como peso, mas como convite. Deus faz de novo aquilo que só Ele pode fazer: lavar, renovar, reacender.
E então podemos voltar ao texto bíblico:
“e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.”
Como seres humanos, a nossa tendência é tentar de tudo: estratégias, governantes, portas, recursos, estabilidade. Mas existe uma cura que nenhum sistema humano produz. Ela vem de Deus, daquele que não dorme, não perde o controle.
Ele é quem abre rios em desertos. Quem derrama chuva quando já parecia tarde.
Quem enche celeiros e garante que seu povo não será envergonhado.
É esse Deus que envolve, renova e restaura. Ele é aquele que chama uma igreja inteira a viver como um só corpo. Quando isso acontece, o mundo percebe, há algo que não nasce de esforço humano. Nasce da presença e graça de Cristo. Nasce de um povo que decidiu carregar o nome de Jesus de forma íntegra.
Que essa unidade não fique restrita a um culto, um evento ou um momento isolado. Que se torne um estilo de vida.
“Quando um povo se humilha, se une e busca a Deus, a presença d’Ele restaura tudo.”